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IFRS 18 – Nova Norma sobre Apresentação e Divulgação das Demonstrações Financeiras: O que muda na prática?

IFRS 18

A IFRS 18 representa uma das mudanças mais significativas na forma como empresas ao redor do mundo apresentarão suas demonstrações financeiras nos próximos anos. Embora não altere a essência do reconhecimento ou mensuração contábil, a nova norma internacional reestrutura profundamente a maneira como as informações são organizadas e divulgadas, promovendo maior transparência e comparabilidade entre companhias de diferentes setores e países.

A IFRS 18, emitida pelo IASB em abril de 2024, substitui a atual IAS 1/CPC 26 no tratamento da apresentação e divulgação das demonstrações financeiras. No Brasil, a norma será convergida como CPC 51, mantendo alinhamento com as diretrizes internacionais.

O objetivo da IFRS 18 é tornar as demonstrações mais claras, comparáveis e úteis para a tomada de decisão, reforçando a transparência e a consistência das informações, segundo professor da BSSP, Anderson Fumaux.

Entre as mudanças mais relevantes, destacam-se:

  • Reorganização da Demonstração do Resultado, com nova classificação das receitas e despesas em três categorias: operacionais, de investimento e de financiamento;
  • Definição mais rigorosa de subtotais, como lucro operacional e lucro antes de financiamentos e impostos;
  • Exigência de reconciliações detalhadas para itens apresentados como “outras receitas” e “outras despesas”;
  • Padronização ampliada nas notas explicativas, reduzindo subjetividade e aumentando a comparabilidade entre empresas e setores.

Uma nova arquitetura para as demonstrações financeiras

A principal inovação trazida pela IFRS 18 está na reestruturação das demonstrações de resultado, que passam a exigir uma classificação mais detalhada das receitas e despesas. Todas as operações devem ser enquadradas em cinco categorias distintas: operacional, investimento, financiamento, tributos sobre o lucro e operações descontinuadas.

Essa divisão não é meramente cosmética – ela obriga as empresas a repensar como categorizam suas atividades e como essas informações são apresentadas aos investidores e demais stakeholders.

Segundo a PwC, essa nova estrutura busca resolver problemas de inconsistência que há anos dificultam a análise comparativa entre companhias. Até então, cada empresa tinha considerável liberdade para definir o que incluir em determinadas linhas das demonstrações, gerando relatórios que, embora tecnicamente corretos, eram difíceis de comparar entre si.

A norma estabelece princípios claros para essa classificação, reduzindo a margem para interpretações subjetivas.

Subtotais obrigatórios ganham o centro do palco

Um dos aspectos mais práticos da IFRS 18 é a introdução de dois novos subtotais obrigatórios: o lucro operacional e o lucro antes do resultado financeiro e dos tributos sobre o lucro.

Esses indicadores passam a ser padronizados globalmente, oferecendo aos analistas e investidores pontos de referência uniformes para avaliar o desempenho das empresas.

O lucro operacional representa o resultado gerado pelas atividades principais da empresa, excluindo efeitos de investimentos e financiamentos. Já o segundo subtotal adiciona à categoria operacional os resultados de investimentos, mas ainda exclui os efeitos financeiros. Conforme explica a Grant Thornton, essa estrutura permite uma leitura mais clara de onde vem o lucro da companhia – se das operações centrais, de investimentos ou do custo e retorno de financiamentos.

Para empresas que já divulgavam métricas semelhantes, a transição pode ser mais suave. Contudo, organizações que utilizavam estruturas diferentes precisarão revisar completamente suas apresentações. Vale destacar que, segundo dados do International Accounting Standards Board (IASB), mais de 140 países já adotam as normas IFRS, o que dimensiona o alcance global dessa mudança.

Medidas de desempenho gerencial sob nova luz

Outra inovação importante é a exigência de divulgação formal das chamadas medidas de desempenho gerencial (MPMs, na sigla em inglês). Muitas empresas já utilizavam indicadores próprios para comunicar seu desempenho ao mercado – como EBITDA ajustado, lucro recorrente ou margem operacional excluindo itens extraordinários. O problema é que essas métricas careciam de padronização e, frequentemente, eram apresentadas de forma pouco transparente.

A IFRS 18 não proíbe o uso dessas medidas, mas estabelece regras claras para sua divulgação. As empresas devem apresentar uma nota específica explicando como cada MPM é calculada, por que é relevante para a gestão e como se reconcilia com os subtotais obrigatórios da norma. Segundo a KPMG, isso representa um avanço significativo na transparência, pois obriga as companhias a justificarem os ajustes realizados e a facilitarem a compreensão dessas métricas pelos usuários externos.

A medida responde a preocupações de reguladores e investidores sobre o uso inadequado de métricas “alternativas”, que em alguns casos serviam para mascarar resultados desfavoráveis. Com as novas regras, o espaço para manipulação diminui, e a confiabilidade das informações aumenta.

Impacto na comparabilidade e na análise financeira

A padronização promovida pela IFRS 18 deve facilitar significativamente o trabalho de analistas financeiros, investidores e credores. Atualmente, comparar empresas de diferentes jurisdições ou mesmo de setores distintos pode ser um exercício complexo, exigindo ajustes e recálculos para tornar as informações minimamente compatíveis.

Com a nova norma, espera-se que relatórios financeiros ganhem consistência, permitindo análises mais rápidas e precisas. Isso é particularmente relevante em um contexto de mercados cada vez mais integrados e de investidores que alocam recursos em múltiplas geografias. Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destaca que a harmonização contábil internacional contribui para a eficiência dos mercados de capitais e para a redução do custo de capital das empresas.

Além disso, a nova estrutura pode influenciar a forma como gestores tomam decisões estratégicas. Ao evidenciar com mais clareza quais atividades geram valor e quais consomem recursos, a IFRS 18 oferece insumos mais robustos para análises de rentabilidade e alocação de capital.

Leia mais: Planejamento Tributário: 7 erros que você deve evitar

Desafios práticos da implementação

Apesar dos benefícios, a transição para a IFRS 18 apresenta desafios consideráveis. As empresas precisarão revisar seus sistemas contábeis, treinar equipes e adaptar processos de coleta e consolidação de informações. Em grandes corporações com operações em diversos países, a tarefa pode ser especialmente complexa, exigindo coordenação entre diferentes unidades e garantindo que todos os dados sejam classificados de forma consistente.

Outro ponto de atenção é a comunicação com o mercado. Mudanças na apresentação das demonstrações podem gerar dúvidas entre investidores e analistas, ao menos no período inicial. Por isso, especialistas recomendam que as empresas antecipem a divulgação de informações sobre os impactos esperados da norma e preparem materiais educativos para seus públicos de interesse.

A tecnologia será aliada fundamental nesse processo. Ferramentas de automação contábil e sistemas integrados de gestão (ERPs) precisarão ser atualizados para suportar as novas categorias e subtotais.

O caminho até 2027 e as oportunidades à frente

Com a vigência estabelecida para janeiro de 2027, as empresas têm uma janela de tempo para se prepararem adequadamente. A aplicação antecipada é permitida, desde que acompanhada da adoção simultânea da IFRS 9 (instrumentos financeiros), o que pode ser vantajoso para organizações que desejam se posicionar como líderes em transparência e governança.

É importante ressaltar que a IFRS 18 não afeta o resultado líquido das empresas – o lucro ou prejuízo permanece o mesmo. O que muda é como esse resultado é decomposto e apresentado, oferecendo uma visão mais detalhada da performance empresarial. Essa característica deve tranquilizar gestores quanto aos impactos financeiros diretos da norma, embora a reputação e a percepção de mercado possam ser influenciadas positivamente por uma adoção bem-sucedida.

Para profissionais da área contábil e financeira, a nova norma representa uma oportunidade de desenvolvimento e atualização.

Dominar os conceitos da IFRS 18 e entender seus impactos práticos será cada vez mais valorizado no mercado, especialmente em empresas multinacionais ou que buscam captar recursos internacionalmente.

Por que a IFRS 18 / CPC 51 é importante para diferentes profissionais?

  • Gestores: relatórios mais estruturados e comparáveis, facilitando o acompanhamento de desempenho e a comunicação com investidores.
  • Peritos: maior padronização e detalhamento das informações contábeis, permitindo análises mais precisas em laudos e pareceres técnicos.
  • Contadores: necessidade de adaptar processos e sistemas internos para atender às novas exigências, garantindo conformidade.
  • Auditores: mais clareza na verificação de critérios e classificações, reduzindo divergências de interpretação.
  • Profissionais de Finanças: informações mais transparentes para modelagem, valuation e avaliação de riscos.

Considerando que a IFRS 18 / CPC 51 será obrigatória para períodos iniciados em 1º de janeiro de 2027, com adoção antecipada permitida, a preparação deve começar agora, para que empresas e profissionais implementem as mudanças com segurança e sem comprometer a comunicação com o mercado.

Ou seja, em um ambiente cada vez mais orientado por dados e transparência, compreender e aplicar a IFRS 18 / CPC 51 será um diferencial competitivo para quem atua na contabilidade, auditoria, perícia e gestão financeira.

 

Se você quer aprofundar seu conhecimento sobre normas internacionais de contabilidade e suas aplicações práticas, conheça o MBA IFRS e Procedimentos Contábeis e o MBA Perícia Contábil, Econômica e Financeira da BSSP.

A IFRS 18 marca um novo capítulo na evolução dos padrões internacionais de contabilidade, reforçando o compromisso com a transparência, a comparabilidade e a qualidade da informação financeira. Embora focada em apresentação e divulgação, seus efeitos serão sentidos amplamente – desde os processos internos das empresas até a forma como investidores analisam oportunidades de investimento.

Preparar-se adequadamente para essa transição é essencial para garantir conformidade regulatória e aproveitar os benefícios de uma comunicação financeira mais clara e consistente.

 


Texto escrito por Anderson Fumaux: Mestre em Ciências Contábeis pela FUCAPE Business School, Especialista em IFRS e Valuation, Pós-Graduado em Controladoria e Finanças e Graduado em Ciências Contábeis. Perito Contábil no Ministério Público (RJ), Diretor Vogal de Perícia e Finanças, Diretor do SINDICONT-RIO. Autor dos Livros “IFRS na Prática”, “Manual da Perícia Financeira”, “Contabilidade para as Carreiras Policiais”, “Contabilidade Gerencial: Instrumento de Estratégia, Responsabilidade Corporativa e Tomada de Decisão”, “Perícia Judicial em Apuração de Haveres”, “Excel para Contadores, Peritos e Profissionais de Finanças” e “Valuation: Uma abordagem prática”. Professor de diversos CRCs pelo Brasil, de cursos e pós-graduação.

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  • 17 outubro 2025

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