A ampliação do programa Minha Casa Minha Vida para incluir famílias com renda de até R$ 12 mil mensais marca um novo momento para o mercado imobiliário e para os profissionais da construção civil. Com a criação da chamada Faixa 4, voltada especialmente para a classe média urbana, a expectativa é de uma movimentação significativa nos setores de engenharia, arquitetura, avaliações e perícias, já que o número de imóveis financiados deve crescer nos próximos meses.
Com o anúncio oficial feito pelo governo federal em 2024, a nova modalidade entra em vigor para facilitar o acesso ao financiamento habitacional para um público que até então não se encaixava nas faixas tradicionais do programa.
Agora, famílias que ganham acima de R$ 8 mil por mês, mas ainda não conseguem financiar imóveis nas condições convencionais de mercado, passam a ter acesso a taxas de juros reduzidas e prazos estendidos.
Nova demanda, novas oportunidades
Para os profissionais do setor da construção, essa ampliação representa mais do que uma política habitacional. É uma sinalização de que o volume de projetos residenciais pode aumentar substancialmente nos próximos meses. E junto com os projetos vêm os laudos técnicos, as avaliações de imóveis e a responsabilidade de garantir a conformidade com as exigências legais e bancárias.
Engenheiros, arquitetos e peritos terão papel estratégico nesse processo. Isso porque para que um financiamento seja liberado, é necessário que o imóvel passe por avaliações técnicas e perícias com emissão de laudos confiáveis. Ou seja, o número de contratos de financiamento subirá e, com ele, a demanda por esses profissionais também.
Além disso, a regularização de imóveis, análise de viabilidade construtiva e vistorias também estarão em alta. A entrada da classe média no programa torna o público mais exigente, e os imóveis ofertados deverão atender não apenas aos critérios financeiros, mas também técnicos e de qualidade.
O cenário habitacional em números
De acordo com o Ministério das Cidades, o programa Minha Casa Minha Vida contratou mais de 340 mil unidades habitacionais em 2023. A expectativa com a nova Faixa 4 é aumentar esse número significativamente, já que o acesso ao financiamento será ampliado.
Segundo reportagem da IstoÉ Dinheiro, a medida é considerada estratégica para destravar o mercado de médio padrão, que foi duramente afetado pelas altas taxas de juros nos últimos anos. Com o recuo na Selic e políticas de estímulo, a classe média volta a olhar para o financiamento como uma possibilidade viável.
A Caixa Econômica Federal, principal agente financeiro do programa, já prevê um aumento na demanda por crédito habitacional de até 15% em 2025 com a inclusão da nova faixa.
O que muda para os profissionais da engenharia e construção?
A nova configuração do Minha Casa Minha Vida exige que os profissionais estejam atualizados sobre normas técnicas, processos de avaliação e regulamentações bancárias. A realização de pareceres técnicos, avaliações imobiliárias, inspeções prediais e perícias judiciais se tornará cada vez mais rotineira.
Para os gestores de obras, a mudança representa a necessidade de maior controle de prazos, planejamento de cronogramas, orçamentos mais competitivos e conformidade legal — já que o financiamento dependerá da regularidade de toda a documentação e execução da obra.
Na prática, isso também abre portas para os profissionais especializados em Avaliações e Perícias na Engenharia, Engenharia Diagnóstica, Gestão de Projetos e Planejamento de Obras. São áreas que ganharão destaque no mercado, especialmente entre as construtoras e incorporadoras que desejam atender a esse novo perfil de cliente da classe média.
A expansão do Minha Casa Minha Vida para a classe média representa um movimento importante não só para o mercado imobiliário, mas para toda a cadeia técnica da construção civil. O aumento da procura por imóveis financiados exigirá mais avaliações, mais controle de qualidade, mais perícias e maior preparo técnico.
Profissionais como engenheiros civis, arquitetos e gestores de obras devem estar atentos às exigências legais e normativas que envolvem esse tipo de operação. Estar bem preparado tecnicamente será o diferencial entre atender esse novo público ou ficar para trás num setor em constante transformação.
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