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Reforma Tributária: Governo deixa Split Payment para 2027

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O governo federal anunciou recentemente uma mudança significativa no cronograma de implementação da reforma tributária, adiando o sistema de split payment para 2027. A decisão representa um recuo estratégico na agenda de modernização fiscal do país e reflete as preocupações do setor produtivo com a complexidade operacional das mudanças propostas.

O adiamento do split payment, mecanismo que promete revolucionar a forma como empresas recolhem tributos no Brasil, surge em meio a intensos debates sobre a viabilidade técnica e os custos de adequação para os contribuintes.

A postergação deste sistema divide opiniões entre especialistas tributários, entidades empresariais e o próprio governo. Enquanto alguns celebram o tempo adicional para preparação, outros questionam se o atraso não comprometerá os objetivos centrais da reforma: simplificação, combate à sonegação e modernização da gestão fiscal brasileira.

O que é o split payment e por que ele importa

O split payment, ou pagamento dividido, representa uma inovação tecnológica no recolhimento tributário. Diferentemente do sistema atual, onde a empresa recebe o valor total da venda e posteriormente calcula e recolhe os tributos, este mecanismo separa automaticamente os valores no momento da transação. Quando um cliente efetua um pagamento, o montante é dividido instantaneamente: parte vai para a conta da empresa e parte é direcionada diretamente aos cofres públicos.

Este modelo já funciona em países europeus como Itália e Polônia, onde demonstrou eficácia no combate à inadimplência fiscal. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reconhece o split payment como uma das ferramentas mais promissoras para reduzir a evasão fiscal em economias digitalizadas.

No contexto brasileiro, a implementação deste sistema está diretamente ligada à unificação de tributos prevista na reforma tributária. Com a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, composto pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) federal e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) estadual e municipal, o split payment funcionaria como o mecanismo operacional que viabilizaria essa arrecadação compartilhada de forma automatizada e transparente.

As razões técnicas por trás do adiamento

A complexidade tecnológica envolvida na implementação do split payment não pode ser subestimada. O sistema exige uma infraestrutura digital robusta que conecte instituições financeiras, plataformas de pagamento, empresas de todos os portes e sistemas de gestão tributária dos três níveis governamentais. Esta integração precisa funcionar em tempo real, 24 horas por dia, processando milhões de transações com precisão absoluta.

As entidades representativas do setor empresarial, particularmente a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), manifestaram preocupações consistentes sobre os prazos originalmente propostos. Suas análises técnicas apontavam para a necessidade de, no mínimo, 18 a 24 meses entre a regulamentação definitiva e a entrada em vigor do sistema.

O setor financeiro também sinalizou desafios operacionais significativos. Bancos e fintechs precisarão adaptar seus sistemas de processamento de pagamentos para incorporar a lógica de separação automática de valores. Isso envolve não apenas desenvolvimento de software, mas também homologação de segurança, testes de estresse e adequação às normas do Banco Central.

Segundo informações do Ministério da Fazenda, disponíveis no portal oficial gov.br, o adiamento visa garantir que todos os atores do ecossistema tributário tenham tempo adequado para se preparar, minimizando riscos de falhas sistêmicas que poderiam comprometer tanto a arrecadação quanto as operações empresariais.

Impactos para as empresas brasileiras

Para o setor produtivo, o adiamento do split payment traz alívio imediato, mas também perpetua desafios do sistema atual. Empresas de médio e grande porte já iniciaram investimentos em adequação de seus sistemas de gestão (ERPs) para a nova realidade tributária. Com a postergação, surge a dúvida sobre a continuidade destes investimentos ou sua suspensão até maior clareza regulatória.

Micro e pequenas empresas, que representam 99% dos negócios brasileiros segundo dados do IBGE, enfrentam um dilema particular. Se por um lado ganham tempo para se preparar financeiramente, por outro continuam sujeitas à burocracia e aos custos de conformidade do sistema tributário atual, reconhecidamente um dos mais complexos do mundo.

O fluxo de caixa é outro aspecto crucial afetado pelo adiamento. No modelo de split payment, o valor dos tributos nunca transita pela conta da empresa, sendo direcionado automaticamente ao fisco. Isso elimina o risco de uso indevido desses recursos, mas também reduz o capital de giro disponível. Com o adiamento, empresas mantêm temporariamente essa fonte de financiamento informal, embora com todos os riscos jurídicos associados.

Especialistas em gestão tributária alertam que o período entre 2025 e 2027 será de transição crítica. Empresas precisarão conviver com dois sistemas paralelos: o atual, em fase de encerramento, e o novo, em implementação progressiva. Esta dualidade demanda investimentos duplicados em capacitação de equipes, adequação de sistemas e assessoria especializada.

O cronograma da reforma tributária em perspectiva

A reforma tributária brasileira prevê uma implementação faseada que se estenderá até 2033. O ano de 2026 marca o início do período de testes, quando CBS e IBS começarão a ser aplicados com alíquota de 1% em caráter experimental, paralelamente aos tributos atuais. Entre 2027 e 2032, haverá a transição gradual, com redução progressiva dos tributos antigos (PIS, Cofins, ICMS, ISS) e aumento das novas contribuições.

O split payment estava originalmente previsto para entrar em operação junto com o início efetivo da cobrança plena do novo sistema, em 2027. Com o adiamento, o mecanismo só começará a funcionar quando a estrutura tributária já estiver mais consolidada, o que pode ser positivo do ponto de vista de estabilidade sistêmica, mas preocupante quanto ao controle da arrecadação no período de transição.

A Secretaria da Receita Federal e os fiscos estaduais e municipais terão que reforçar mecanismos tradicionais de fiscalização durante esse hiato, o que pode significar aumento temporário de custos operacionais para o controle tributário. Informações detalhadas sobre o cronograma completo podem ser consultadas no portal da Receita Federal em gov.br.

Lições internacionais e o caminho brasileiro

A experiência internacional com split payment oferece lições valiosas para o Brasil. A Itália introduziu o sistema em 2015, inicialmente restrito a transações com a administração pública, expandindo gradualmente para o setor privado. O país registrou redução de aproximadamente 15% na inadimplência fiscal nos setores onde o mecanismo foi aplicado, segundo dados da Agência de Receitas italiana.

A Polônia adotou abordagem similar em 2018, tornando o split payment obrigatório para setores específicos considerados de alto risco fiscal, como construção civil e comercialização de combustíveis. Os resultados poloneses indicam que a segmentação setorial facilita a implementação e permite ajustes progressivos.

O Brasil, porém, enfrenta desafios de escala diferentes. Com dimensões continentais, disparidades regionais acentuadas e um tecido empresarial extremamente heterogêneo, a implementação de um sistema unificado de split payment exige soluções adaptadas à realidade nacional. A bancarização ainda incompleta em algumas regiões e a economia informal significativa representam obstáculos adicionais que países europeus não enfrentaram.

Preparação estratégica para 2027

O período até 2027 não deve ser visto como uma pausa, mas como uma janela de oportunidade para preparação estratégica. Empresas bem assessoradas estão utilizando este tempo para revisar processos internos, investir em sistemas integrados de gestão e capacitar equipes para a nova realidade tributária.

A educação continuada de profissionais de contabilidade, finanças e gestão tributária torna-se essencial neste contexto. Compreender não apenas os aspectos técnicos do split payment, mas também suas implicações estratégicas para planejamento tributário, gestão de caixa e compliance será diferencial competitivo nos próximos anos.

Instituições financeiras e empresas de tecnologia também intensificam desenvolvimentos, antecipando que o mercado demandará soluções cada vez mais sofisticadas de integração entre sistemas de pagamento e gestão tributária. Fintechs especializadas em tax technology já surgem como protagonistas deste novo ecossistema.

A reforma tributária brasileira representa a mais profunda transformação do sistema fiscal nacional em décadas. O adiamento do split payment para 2027, embora traga desafios de controle fiscal no curto prazo, pode revelar-se prudente ao garantir implementação mais segura e menos disruptiva. Para empresas e profissionais, este é o momento de investir em conhecimento e preparação estratégica.

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  • 1 dezembro 2025

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